segunda-feira, 18 de março de 2013

Joe Santos



por Renata Menezes

Com pinturas de seres que estão entre o humano e o extraterrestre, Joe Santos dá vida a muros degradados pelo abandono desde 2012. Apesar do pouco tempo, já realizou pinturas em diversos bairros, dentre eles Feitosa, Jacarecica, Jatiúca, Mangabeiras e Ponta Verde.
Joe conta que a preferência por muros abandonados não surgiu à toa. Além do desejo de embelezá-los, dessa forma é mais fácil evitar possíveis problemas com a polícia, já que a prática do grafitti em prédios particulares ou pertencentes ao patrimônio público sem autorização ainda é criminalizada. Devido a essa precaução tomada, as pinturas são realizadas tranquilamente durante o dia, geralmente em grupo. “Nós localizamos um muro e combinamos um dia para ir pintar, saímos em grupo de quatro a sete pessoas”, explica Joe.
Muito antes de pintar nas ruas, Joe Santos já demonstrava interesse pelas artes visuais. “Eu desenho desde moleque”, conta o artista. Na adolescência, sua tia lhe matriculou em um curso de pintura, em que passou dois meses. Depois disso, decidiu ser autodidata e, já em 2009, seus desenhos deixaram de ser apenas um hobby e Joe começou a pintar em telas, que até hoje ainda são comercializadas, geralmente entre seus amigos, com preços entre 40 e 200 reais.

O interesse por fazer arte urbana surgiu depois. “Eu senti a necessidade de pintar na rua para ter contato direto com quem consome a arte no momento da criação”, explica. No começo de 2012, o artista se inscreveu no edital Compacto.Arte, lançado pelo Coletivo Popfuzz, e foi selecionado para intervir na sede da organização. Depois da intervenção, realizada em parceria com o amigo Lucas, o interesse aumentou. “Chamei o Lucas e fomos pintar na Praça do Skate, logo depois conheci o Simplez e começamos a pintar juntos. De lá pra cá as coisas vêm fluindo bem”, conta Joe.
Admirador de artistas famosos, como Os Gêmeos, René Magritte, Van Gogh, Maurits Escher e o alagoano Suel, Joe acha que seus desenhos ainda não possuem uma unidade, já que os temas e as inspirações variam de caso em caso. “Eu faço reflexões diversas, às vezes me inspiro em músicas, às vezes foco em situações do cotidiano, mas o que mais me inspira é o local da pintura, procuro usar o próprio local como parte da arte”, explica o grafiteiro.


Para saber mais sobre o trabalho de Joe, acesse: https://www.facebook.com/joesantosmcz

Um comentário:

Páginas