quinta-feira, 21 de março de 2013

Camila Alves

Foto: Bia Chinatsu

Camila Alves se interessa por pintura desde a infância. Fascinada pelas cores e formas, a artista tenta usar a arte como forma de se comunicar com o outro. “A arte, para mim, é uma forma de me expressar, de comentar, de gritar o que todos não querem aceitar, não querem ver, mas que existe”, ressalta Camila.
Nem tudo na vida é belo, e é isso que Camila quer transmitir em suas pinturas: a realidade, que nem sempre é feita só de coisas boas. “A arte também tem que protestar”, reforça.
Sua primeira pintura foi realizada quando freqüentava as aulas na Escola de Artes Paesi dei Balocchi, na Itália e contava sobre a imaginação de uma criança chamada Holly Heuser, que relacionava o ciclo menstrual a um bule de café. “O quadro ilustrava um robô feito de latinhas de Campbell’s, bules e xicaras de café, em plena crise menstrual, bem colorido e divertido, com as pernas abertas sobre absorventes”, descreve Camila.
Ainda durante sua moradia na Itália, a artista optou por fazer diversos cursos ligados ao universo artístico, e, em busca de novos materiais, descobriu as canetas Posca, um marcador de tinta multiuso, que proporcionou uma importante inovação em suas esculturas e telas em MDF.

Foto: Bia Chinatsu
Camila começou a fazer arte urbana depois de ingressar no curso de Publicidade e Propaganda, em Maceió, onde conheceu Rodrigo Simplez, grafiteiro, com quem trocou experiências sobre arte. A partir de então, passou a dar cor às paisagens urbanas de Maceió com desenhos geralmente delicados, feitos com as canetas Posca, mas seus temas são bastante variados. “Não tenho só um objetivo, minhas artes querem causar sentimentos e por isso não pretendem passar só uma mensagem. Os temas são inúmeros, os projetos são grandes, os personagens infinitos e sempre aperfeiçoados”, explica.
Quando questionada sobre o que lhe leva a realizar intervenções urbanas, ela explica: “O lugar, a vida, o clima, as pessoas me inspiram para falar um pouco mais do que não é propriamente dito.  Através das cores posso ilustrar um pouco do nosso dia a dia, aquele que o ser humano prefere não encarar”.
Ela ressalta ainda sua preferência por pintar em lugares agitados e diz que mesmo pintando em locais fechados está sempre cercada de amigos que compartilham com ela da mesma experiência. “Poucas vezes minhas pinturas aconteceram em um lugar fechado, onde eu estava sozinha, um lugar sem cor e sem movimento. Sempre pintei em lugares muito agitados, cheios de pessoas falando, dançando, ouvindo música, comendo, em puro estado de movimento e euforia, isso me inspira”, conta.

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