Foto: Bia Chinatsu |
Camila Alves se interessa por pintura desde a infância. Fascinada pelas
cores e formas, a artista tenta usar a arte como forma de se comunicar com o
outro. “A arte, para mim, é uma forma de me expressar, de comentar, de
gritar o que todos não querem aceitar, não querem ver, mas que existe”,
ressalta Camila.
Nem tudo na vida é belo, e é isso que Camila quer
transmitir em suas pinturas: a realidade, que nem sempre é feita só de coisas
boas. “A arte também tem que protestar”, reforça.
Sua primeira pintura foi
realizada quando freqüentava as aulas na Escola de Artes Paesi dei Balocchi, na
Itália e contava sobre a imaginação de uma criança chamada Holly Heuser, que
relacionava o ciclo menstrual a um bule de café. “O quadro ilustrava um robô
feito de latinhas de Campbell’s, bules e xicaras de café, em plena crise
menstrual, bem colorido e divertido, com as pernas abertas sobre absorventes”,
descreve Camila.
Ainda durante sua moradia na Itália, a artista optou
por fazer diversos cursos ligados ao universo artístico, e, em busca de novos
materiais, descobriu as canetas Posca, um marcador de tinta multiuso, que
proporcionou uma importante inovação em suas esculturas e telas em MDF.
Foto: Bia Chinatsu |
Camila começou a fazer arte urbana depois de
ingressar no curso de Publicidade e Propaganda, em Maceió, onde conheceu
Rodrigo Simplez, grafiteiro, com quem trocou experiências sobre arte. A partir
de então, passou a dar cor às paisagens urbanas de Maceió com desenhos
geralmente delicados, feitos com as canetas Posca, mas seus temas são bastante
variados. “Não tenho só um objetivo, minhas artes querem causar
sentimentos e por isso não pretendem passar só uma mensagem. Os temas são
inúmeros, os projetos são grandes, os personagens infinitos e sempre
aperfeiçoados”, explica.
Quando questionada sobre o que
lhe leva a realizar intervenções urbanas, ela explica: “O lugar, a vida, o
clima, as pessoas me inspiram para falar um pouco mais do que não é propriamente
dito. Através das cores posso ilustrar
um pouco do nosso dia a dia, aquele que o ser humano prefere não encarar”.
Ela ressalta ainda sua preferência por pintar em
lugares agitados e diz que mesmo pintando em locais fechados está sempre
cercada de amigos que compartilham com ela da mesma experiência. “Poucas
vezes minhas pinturas aconteceram em um lugar fechado, onde eu estava sozinha,
um lugar sem cor e sem movimento. Sempre pintei em lugares muito agitados,
cheios de pessoas falando, dançando, ouvindo música, comendo, em puro estado de
movimento e euforia, isso me inspira”, conta.
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