domingo, 18 de agosto de 2013

Festival Visões Urbanas chega a Maceió em agosto



Projeto Urucungo em Cenas Urbanas se apresentando no 8º Visões Urbanas em São Paulo, em março de 2013.io
Foto: Fábio Pazzini

Realizado tradicionalmente na cidade de São Paulo, o Festival Visões Urbanas estende suas atividades e chega agora a Maceió, de 28 a 31 de agosto, com o objetivo de expandir horizontes e integrar novos produtores de performances urbana. O projeto conta com o apoio da Funarte, Ministério da Cultura, Governo Federal.
Na programação, estão previstas as oficinas “Corpo Artesãos” e “Dança e Poesia Haicai: espaço, ação e reverberação”, com as bailarinas Mirtes Calheiros e Luciana Bortoletto, uma Mostra Internacional de Vídeo-Dança e uma roda de conversa realizadas em conjunto com a I Semana de Arte Urbana, além de performances no Centro da Cidade e na Praia de Pajuçara.
Confira abaixo a programação completa.
Mais info: www.visoesurbanas.com.br

Dia 28/08/2013 - às 20h (quarta-feira)

Mostra Internacional de VideoDança.
Ação em rede: Festival Visões Urbanas / Inshadow – festival de video, dança e tecnologias / 1ª Semana de Arte Urbana de Maceió
Local: Teatro Linda Mascarenhas
Endereço: Av. Fernanddes Lima, 1047 – Farol – Maceió-AL

Dia 29/08/2013 (quinta-feira)

das 10:30h às 13:00h
Oficina Corpo Artesãos com Mirtes Calheiros
Local: Academia Maria Emilia Clark
Endereço: Rua Uruguai, 231 – Maceio - AL

das 17:30h às 19:00h
“Compartilhando idéias e paisagens”: Encontro com artistas participantes do Visões Urbanas e convidados.
Ação em rede: Festival Visões Urbanas / 1ª Semana de Arte Urbana de Maceió
Local: Teatro Linda Mascarenhas
Endereço: Av. Fernanddes Lima, 1047 – Farol – Maceió-AL

das 20h às 22:30h
Oficina “Dança e poesia haicai: espaço, ação e reverberação” com Luciana Bortoletto
Local: Academia Maria Emilia Clark
Endereço: Rua Uruguai, 231 – Maceio - AL

Dia 30/08/2013 (sexta-feira)

Performances: das 11hs às 13hs
Local: Calçadão do Comérico - Centro

11hs: Despacho – Jorge Schutze / Cia. Ltda (Maceió-AL)
11:30hs: Solo de Rua - ...Avoa! – núcleo artístico (São Paulo – SP)
12 h: Urucungo em cenas urbanas – Projeto Urucungo (Maceió – AL)
12:30h: Olhar Urbano – Cia. Artesãos do Corpo (São Paulo – SP)
Performance: 17:30h
Local: Praça Sinimbu - Centro
17:30: Em cisco – cortejo performático / coord:Eris Maximiano e Flavio Rabelo (Maceió-AL)

Dia 31/08/2013 (sábado)

Performances: das 10hs às 11hs
Local: Praia de Pajuçara

11hs: Solo de Rua - ...Avoa! – núcleo artístico (São Paulo – SP)
11:30h: Olhar Urbano – Cia. Artesãos do Corpo (São Paulo – SP)


Performance: 17:30h
Local: Praça Sinimbu - Centro
17:30: Em cisco – cortejo performático / coord: Eris Maximiano e Flavio Rabelo (Maceió-AL)

Release e ficha técnia dos espetáculos:
DESPACHO – Jorge Schutze / Cia. Ltda
Release: Permitir que o ambiente estimule a dança e a dança estimule o ambiente, numa relação simples e clara, foi a motivação para a realização da performance de dança DESPACHO. Assim como o ambiente se estrutura a partir de um espaço que se ocupa de intenções, desejos e emoções em constante fluxo, o corpo que dança nesse caso, se integra com suas próprias ambições, características e emoções no ambiente e com ele procura interagir.

Ficha técnica:
Performance e concepção: Jorge Schutze
Duração: 30 minutos


URUCUNGO EM CENAS URBANAS – Projeto Urucungo
Release: A proposta da performance é permitir uma apropriação pelo corpo das informações da capoeira e com isso permitir que o corpo dance.
Coordenação: Denis Angola
Performers: Jailton Oliveira, Denis Angola e Joelma Ferreira.
Duração: 30 minutos


SOLO DE RUA – ...Avoa! – Núcleo Artístico
Release: O desafio desse trabalho é explorar a “coisificação”do ser humano, tendo como inspiração o manifesto “As embalagens” do encenador e artista plástico polonês Tadeusz Kantor. Procura abordar de forma crítica a banalização da miséria tomando como exemplo a pessoa em situação de rua e a relação do ser humano com sua morada primordial: o Corpo. Este solo integra o projeto “Cidade e Alma”, de investigação em Dança para espaços públicos.
Concepção, criação e interpretação: Luciana Bortoletto
Ambientação Sonora: Mauricio Verderame
Figurino-cenográfico: ... AVOA! Núcleo artístico
Fotos e vídeo: Gil Grossi
Produção: Penha Silva
Duração: 25 minutos

OLHAR URBANO – Cia. Artesãos do Corpo
Release: A dança está lá, mas não se vê, se pressente. Os corpos dos intérpretes se deslocam ora lentamente, ora estabelecendo novos diálogos com a arquitetura local. Revelam detalhes do espaço até então despercebidas associações inimaginadas.
Longe da segurança do palco o corpo cria uma coreografia onde o risco e o inesperado estão presentes, tornando cada apresentação uma construção inédita. As pessoas que assistem Olhar Urbano constroem junto conosco inúmeros significados, se identificam com os corpos dos intérpretes e recriam a cidade a cada novo olhar.
Olhar Urbano propõe uma nova poética para o espaço/tempo cosmopolita e se configura como um ponto de interrogação vivo, diante da desvalorização dos pequenos detalhes e depoimentos, perante a mercantilização do humano.
Direção: Mirtes Calheiros
Elenco: Ederson Lopes, Fany Froberville, Leandro Antonio, Margarita Hernandez, Mirtes Calheiros e Odete Machado.
Duração: 25 a 30 minutos

EmCiscos
Release: Cortejo Performativo criado a partir da série Ciscos do artista visual alagoano Pedro Lucena.
Concepção e Encenação: Eris Maximiano e Flávio Rabelo
Elenco: Ane Oliva, Fátima Farias, Igor Araújo e Jorge Shutze
Assistência Direção: Magnun Angelo
Sonoridade: Marcelo Marques
Material Gráfico: Renata Voss
Assistência de Produção: Fátima Farias
Produção: Ane Oliva
Realização: Instituto Eu Mundaú
Patrocínio: Programa de Cultura Banco do Nordeste


CONTATOS:
Ederson Lopes
11 3667-5581
11 99310-8051
ederson@ciaartesaosdocorpo.art.br

Jorge Schutze
82 8817 1628
82 9313 7197orgeus@gmail.comhttps://www.facebook.com/jorge.schutze

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Urucungo nas Cenas Urbanas

Foto: Jorge Schutze


O projeto alagoano Urucungo nas Cenas Urbanas - formado por Denis Angola, Ana Carla e Jal - realiza performances em espaços urbanos apoiando-se nas características da Capoeira, expressão afro-brasileira que está situada entre as artes marciais e a dança.

A principal característica da Capoeira é a presença dos movimentos rápidos e precisos, que seguem o ritmo das ladainhas ou músicas executadas durante o conflito, e a improvisação, já que o capoeirista deve realizar movimentos imprevisíveis em seu ataque para diminuir as chances do adversário contra-atacar.

Foto: Jorge Schutze
Em março, o grupo alagoano apresentou a performance "Urucungo" no VII Visões Urbanas - Festival Internacional de Dança em Paisagens Urbanas, que é realizado em São Paulo e pretende unir as produções de Dança para espaços públicos para a troca de experiências entre os profissionais.

O nome "Urucungo" vem do instrumento musical trazido por escravos africanos que deu origem ao que hoje conhecemos como Berimbau, principal responsável pela musicalização das rodas de capoeira. Apoiada nas formas de relacionamento propostas pela luta, a performance possibilita ao público a interação com os bailarinos, que, em determinado momento, convidam os espectadores a participar, tal como acontece na capoeira. A participação do público tem como principal consequência a presença da improvisação e, assim, a realização de diferentes coreografias a cada apresentação.

Para a dança contemporânea, as principais contribuições de "Urucungo" estão relacionadas à expressão do corpo, à presença da improvisação na obra e ao estreitamento da relação entre bailarinos e público.


segunda-feira, 25 de março de 2013

Gustavo Costa


por Natália Alves

Gustavo Costa faz arte urbana usando lápis, canetas Nanquim e marcadores coloridos em postes de Maceió e almeja começar a colar grandes mandalas na cidade em breve.O artista começou a desenhar há quatro anos, quando cursava o terceiro ano do ensino médio, instigado principalmente pela internet, considerada uma espécie de escola por muitos graffiteiros, onde a arte urbana é difundida mundo afora.
                                                             
A arte urbana, assim como qualquer outra, deixa um impacto, uma mensagem, podendo ser interpretada pelo receptor de diferentes maneiras. Segundo Gustavo, o que lhe move a desenhar é justamente essa possibilidade. “O que me move é a esperança de colocar algo de diferente na vida de quem passa, ou de incentivá-las a modificar positivamente o seu redor”, explica.

Mesmo não seguindo uma referência específica, Gustavo confessa que admira o trabalho de artistas que utilizam o contraste do preto e branco, além de formas geométricas, estética usada em seus trabalhos.

Durante sua curta trajetória, já participou de quatro exposições, sendo uma delas em Garanhuns, Pernambuco, durante o famoso Festival de Inverno que acontece no mês de julho.Por não gostar de ser pressionado, Gustavo não trabalha sob encomenda, apenas vende trabalhos prontos. Já no cenário local, ele acredita que a arte urbana de Maceió está ressurgindo e tem esperança de contribuir com esse desenvolvimento brevemente.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Camila Alves

Foto: Bia Chinatsu

Camila Alves se interessa por pintura desde a infância. Fascinada pelas cores e formas, a artista tenta usar a arte como forma de se comunicar com o outro. “A arte, para mim, é uma forma de me expressar, de comentar, de gritar o que todos não querem aceitar, não querem ver, mas que existe”, ressalta Camila.
Nem tudo na vida é belo, e é isso que Camila quer transmitir em suas pinturas: a realidade, que nem sempre é feita só de coisas boas. “A arte também tem que protestar”, reforça.
Sua primeira pintura foi realizada quando freqüentava as aulas na Escola de Artes Paesi dei Balocchi, na Itália e contava sobre a imaginação de uma criança chamada Holly Heuser, que relacionava o ciclo menstrual a um bule de café. “O quadro ilustrava um robô feito de latinhas de Campbell’s, bules e xicaras de café, em plena crise menstrual, bem colorido e divertido, com as pernas abertas sobre absorventes”, descreve Camila.
Ainda durante sua moradia na Itália, a artista optou por fazer diversos cursos ligados ao universo artístico, e, em busca de novos materiais, descobriu as canetas Posca, um marcador de tinta multiuso, que proporcionou uma importante inovação em suas esculturas e telas em MDF.

Foto: Bia Chinatsu
Camila começou a fazer arte urbana depois de ingressar no curso de Publicidade e Propaganda, em Maceió, onde conheceu Rodrigo Simplez, grafiteiro, com quem trocou experiências sobre arte. A partir de então, passou a dar cor às paisagens urbanas de Maceió com desenhos geralmente delicados, feitos com as canetas Posca, mas seus temas são bastante variados. “Não tenho só um objetivo, minhas artes querem causar sentimentos e por isso não pretendem passar só uma mensagem. Os temas são inúmeros, os projetos são grandes, os personagens infinitos e sempre aperfeiçoados”, explica.
Quando questionada sobre o que lhe leva a realizar intervenções urbanas, ela explica: “O lugar, a vida, o clima, as pessoas me inspiram para falar um pouco mais do que não é propriamente dito.  Através das cores posso ilustrar um pouco do nosso dia a dia, aquele que o ser humano prefere não encarar”.
Ela ressalta ainda sua preferência por pintar em lugares agitados e diz que mesmo pintando em locais fechados está sempre cercada de amigos que compartilham com ela da mesma experiência. “Poucas vezes minhas pinturas aconteceram em um lugar fechado, onde eu estava sozinha, um lugar sem cor e sem movimento. Sempre pintei em lugares muito agitados, cheios de pessoas falando, dançando, ouvindo música, comendo, em puro estado de movimento e euforia, isso me inspira”, conta.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Bruno Brandão



por Renata Menezes

Há três anos, quem passava pelo corredor entre os bairros de Jaraguá e Pajuçara se deparava com uma simpática pintura de Charlie Chaplin próxima a um banco de praça. A imagem durou pouco tempo na parede, cerca de seis meses, devido ao vandalismo. Hoje está coberta por tinta preta e resta apenas a lembrança do ícone do cinema mundial que dava boas-vindas aos turistas que chegavam de navio.

Feito por Bruno Br, o desenho foi realizado graças à técnica do Stencil, que utiliza um molde vazado para reproduzir a imagem em superfícies. O artista conta que aprendeu a usar a técnica em 2008 e passou a aplicá-la em camisetas para vender. Com o tempo, observando outros artistas, como Banksy, percebeu que era possível fazer imagens maiores para aplicar em paredes e passou a trabalhar também com a decoração de interiores, decorando principalmente quartos de amigos.

Em 2009, fez sua primeira pintura em local público, num ponto de ônibus próximo à sua casa. De lá pra cá, somente mais duas pinturas foram realizadas pelas ruas de Maceió: dois cachorros na ponte do Riacho Salgadinho, cobertos uma semana depois pela prefeitura, e o Charlie Chaplin de Jaraguá. Das três pinturas, apenas a do ponto de ônibus, mais antiga, sobrevive.

Bruno conta que o interesse pelas artes visuais surgiu ainda na infância. Por causa disso, quando tinha oito anos, foi matriculado por seus pais em aulas de Artes Plásticas com o artista Ednilson Sales. “As aulas foram importantes para ter noções sobre as técnicas usadas para desenhar, principalmente sombreamento, perspectiva e profundidade”, explica Bruno.

Apesar das técnicas aprendidas na infância, foi com o Stencil que Bruno Br encontrou seu estilo. Suas pinturas são marcadas por desenhos em vetor que seguem a estética do branco e preto. Das aulas com Ednilson, ficou o gosto por desenhar natureza morta e, por isso, os principais elementos de sua pintura são peças de mobiliário urbano, como postes de iluminação e bancos de praça.
Quando questionado sobre o motivo para não ter realizado mais pinturas pela cidade, Bruno explica que pesa o medo de ser autuado pela polícia, mas que isso não significa que não voltará a pintar.

Rodrigo Simplez



por Natália Oliveira

Num dia difícil, andar pelas ruas e se deparar com um muro inusitado, apreciar a arte por uns segundos e depois seguir sua rotina, com um ar revigorado, esquecendo os problemas aos poucos. Essa é a recompensa para Rodrigo Araújo, mais conhecido com Esy pelos companheiros de arte urbana.
Rodrigo é um estudante de publicidade que tem a arte nas mãos. Bem antes de começar a graffitar, quando ainda era criança, já desenhava e se interessava por arte. Na 5ª série do ensino fundamental, descobriu o graffiti e decidiu que queria fazer isso, o que viria a se realizar em 2007.  “Graffiti é um trampo que você faz e não tem dono,  um filho que você solta. Todo mundo pode ver, a galeria está exposta”, diz.

Os primeiros passos de Rodrigo foram inspirados em trabalhos estrangeiros. Apesar de continuar admirando graffitis de outros países e cidades, principalmente os de São Paulo e Salvador, cuja riqueza cultural é refletida diretamente no trabalho dos graffiteiros, Rodrigo passou a se desprender de alguns modelos e a buscar criações próprias. A busca por esse estilo próprio refletiu até mesmo em sua assinatura: antigamente, assinava suas artes como “Esy”, porém, procurando algo mais simples, característico e menos influenciado pela cultura norte-americana, adotou o codinome “Simplez”.
Antes de mais nada, Rodrigo alerta que o graffiti não é de cunho comercial. Para ele, é uma arte desprendida que deve ser feita somente na rua ou não tem valor.  Seu primeiro graffiti foi simples: uma idéia posta num desenho, um saco de tinta em pó, bisnaga e um spray. Foi assim que Rodrigo engatinhou para a arte urbana. Em sua opinião, o elevado preço dos materiais não é um empecilho quando o assunto é graffitar. Até tinta guache serve.
Muitos grafiteiros adaptam o espaço à arte que desejam fazer. Sempre buscando coisas novas, Rodrigo se inspira em momentos cotidianos, ao observar uma revista, cena de um filme, inclusive ao reparar na expressão facial de alguém que cruzou seu caminho, diferenciando seu processo de criação dos demais artistas urbanos.  Ele escolhe um muro, prepara o desenho, servindo como base, e começa a deixar sua marca nas ruas.
Do início ao fim, o graffiti é uma prática prazerosa. O resultado é de grande expectativa, mas, o melhor momento é ver a arte se desenvolvendo, principalmente se for uma atividade em grupo, onde cada um compartilha ideias, brinca e a criação flui mais leve e divertida. Música é fundamental durante o processo, mas só depois das marcações serem feitas no muro, já que é preciso concentração nesse momento.
O graffiti é um dos elementos do hip hop e, com isso, um bom rap não pode faltar. Rodrigo ouve Criolo, Emicida, mas, como um autêntico nordestino, não deixa de apreciar forró. Até death metal está em seu repertório. No entanto, o que realmente influencia a trilha sonora de seu trampo é a vibe do momento.
Com uns rabiscos aqui e ali, Rodrigo montou um personagem caolho num muro localizado na Avenida Comendador Gustavo Paiva, próximo ao Lar São Domingos, em Cruz das Almas. O muro também foi graffitado por outras pessoas de seu grupo numa manhã de domingo. Segundo Rodrigo, sempre que tem material, ele vai à rua para graffitar, às vezes chegando a dez trampos por mês. Até hoje, ele ainda não se considera como artista. É apenas um pintor, que aprecia todos seus trampos, à espera de um graffiti para ser eleito o melhor de sua trajetória. 

Grupo Pupa




por Maryana Santos

O gosto pela arte incentivou a criação do grupo Pupa, formado inicialmente por Arlindo Cardoso, Lucas Cardoso e Daniel Cavalcante. Através da curiosidade e interesse pela atividade artística, os componentes do grupo foram inspirados principalmente por pesquisas e estudos na internet.
Rodeados pela falta de conhecimento e motivados a transmitir a arte para as pessoas sem que elas precisem ir a museus, galerias de arte e outros - até pela carência dos mesmos na cidade –, os integrantes decidiram pesquisar formas que pudessem transmitir alguma mensagem para a sociedade. Foi então que conheceram o significado da expressão “intervenção urbana”.
Em busca do objetivo de obter uma sociedade mais sensibilizada, o grupo criou um curso de intervenção urbana como um programa de extensão do Instituto Federal de Alagoas (IFAL), com o auxílio e iniciativa da professora Eliza Magna, que ao fim trouxe para o Pupa mais uma integrante, Bianca Melo.
Tendo como referência para suas intervenções o grupo Poro, de Minas Gerais, os integrantes buscam transmitir reflexões baseadas em conceitos e críticas para sociedade. “A intervenção urbana é muito mais do que uma arte para colorir as cidades, é uma arte que, em seu contexto histórico, foi utilizada em questões políticas e também como uma forma de defesa aos direitos das pessoas”, ressaltam os integrantes do Pupa.
Arlindo reforça que “a intervenção é uma expressão como a pintura, só que é uma expressão que acaba atribuindo muitas outras expressões em uma só, então quando você vai fazer uma intervenção, acaba tendo uma relação muito grande não só com a relação de fazer arte, mas também com a questão do que essa arte pode envolver nas pessoas, porque quando você faz a intervenção você está mexendo com os sentimentos das pessoas. Quando você acaba colocando uma obra num espaço público, está fazendo com que uma pessoa possa relembrar de acontecimentos que podeser muito bom para elas”.
A primeira intervenção do grupo foi realizada no Edifício Brêda, localizado no Centro de Maceió. A idéia surgiu quando perceberam que nos arredores daquele local as pessoas não se comunicavam, porque vivam na correria, buscando somente consumir. Vendo que faltava mais sensibilidade nas pessoas, decidiram levar balões carregando mensagens de autoajuda, que foram lançados do último andar do edifício, fazendo com que as pessoas passavam ali pudessem parar um pouco e refletir. Mesmo com o pouco entendimento das pessoas sobre o sentido da intervenção – algumas pensaram que os balões carregavam dinheiro -, o principal objetivo, que era a interação, foi alcançado.
O grupo acredita que, para a intervenção urbana se destacar e diminuir o preconceito de muitos, é necessário cultivar a sensibilidade na educação desde a infância, através de uma nova metodologia de ensino artístico, despertando e interesse e amor pela arte, para que a arte não seja vista apenas como mais uma disciplina, mas sim como forma de expressar sentimentos, construindo indivíduos mais sensíveis.

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